quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Beleza e Verdade


Ananda Coomaraswamy
 

Ex divina pulchritudine esse omnium derivatur
(St. Tomás de Aquino, De Pulchro)
 
 
É dito que "a beleza relaciona-se com a faculdade cognitiva" (St. Tomás de Aquino, Sum. Theol., I, 5, 4 ad. I), sendo a causa do conhecimento, pois "uma vez que o conhecimento é feito por assimilação, e a similitude relaciona-se à forma, a beleza pertence propriamente à natureza da causa formal" (ib.).  Mais adiante Santo Tomás confirma a definição de beleza como uma causa, na Sum. Theol., III, 88, 3, ele diz "Deus é a causa de todas as coisas através de seu conhecimento" e isto novamente enfatiza a conexão da beleza com a inteligência.  "É o conhecimento que torna o trabalho belo" (São Boaventura, De reductione artium ad theologiam, I 3).  Isto significa, é claro, que por sua qualidade de esplendor ou iluminação (claritas), a qual Ulrich de Strassburg define como o "brilho da luz formal pela qual [a coisa] é formada ou proporcionada", a beleza é identificada com a inteligibilidade: o fulgor da expressão sendo impensável separado da perspicácia.  Toda espécie de imprecisão, sendo uma privação da forma devida, é necessariamente um falta de beleza.  Por isso na retórica medieval é dada tanta importância à natureza comunicativa da arte, a qual deve ser sempre explícita.

É precisamente esse caráter comunicativo que distingue a arte cristã da antiga arte clássica, na qual o estilo é perseguido como um fim em si mesmo, e o conteúdo considerado apenas como um ponto de partida; pode-se dizer o mesmo da maior parte da arte moderna, a qual empenha-se em eliminar o tema (gravitas).  Agostinho realizou uma clara ruptura com o sofismo, o qual ele define da seguinte maneira: "Mesmo que não seja evasivo, todo discurso que busca um ornamento verbal (sânsc. Alamkâra) que ultrapasse os limites da responsabilidade em relação ao seu peso (gravitas) é denominado sofístico" (De doctrina christiana, II, 31).  A própria retórica de Agostinho "realiza um retorno de séculos, da busca do triunfo pessoal à antiga ideia de conduzir o homem à verdade" (Baldwin, Mediaeval Rhetoric and Poetic, pág. 51), à posição de Platão, quando este pergunta: "Sobre o quê o sofista torna o homem mais eloquente?"  (Protágoras, 312), e de Aristóteles, cuja teoria da retórica é a de uma "intensificação do conhecimento, de fazer com que a verdade desça sobre os homens...  A retórica é concebida por Aristóteles como a arte de dar efetividade à verdade; e é concebida pelos primeiros e pelos últimos sofistas como a arte de dar efetividade àquele que fala" (Baldwin, loc. cit., pág. 3).  Não podemos pensar que isto se aplica unicamente à oratória ou à literatura; isto aplica-se a qualquer arte, como Platão diz explicitamente no Górgias, 503, onde novamente ele se defronta com o problema daquilo que precisa ser dito - "o homem bom, que busca o melhor quando fala... É exatamente como qualquer outro artesão...  Basta que você olhe, por exemplo, para os pintores, os construtores..."  A posição escolástica é, portanto, tão distante da moderna quanto da clássica tardia: pois tanto no sofismo quanto na maior parte da arte moderna, a intenção é antes de tudo agradar aos outros ou expressar-se a si mesmo.  Ao passo que a arte de agradar, ou como Platão denomina, da "adulação" (Górgias), não é para a Idade Média o propósito da arte, mas um mero acessório (e para grandes pensadores nem mesmo indispensável), de forma que, como diz Agostinho, "não me ocupa agora de como agradar; estou falando de como se deve ensinar a quem deseja instrução" (ib., IV, 10).  E enquanto na maior parte da arte moderna não podemos deixar de reconhecer um exibicionismo no fato de que o artista antes explora a si mesmo do que demonstra uma verdade, e o moderno individualismo justifica abertamente esse auto-expressionismo, o artista medieval é caracteristicamente anônimo e de um "comportamento discreto", e não é quem fala, mas o que é dito que importa.

Não se pode apontar nenhuma distinção entre os princípios da arte plástica e figurativa medieval e do "ornamento" simbólico e os dos "sermões" e "tratos" (*) contemporâneos, e uma indicação disto pode ser encontrada na designação "Biblia pauperum" aplicada à narrativa pictórica de temas da escritura.  Como observa o Professor Morey, "A catedral... É uma exposição da Cristandade medieval tanto quanto a Summa de Tomás de Aquino" (Christian Art, 1935, pág. 49); e Baldwin: "As catedrais ainda exibem em escultura e nos vitrais o que desce em palavras dos seus púlpitos...  Essa pregação demonstra as mesmas preocupações que as janelas simbólicas das catedrais, que seus capitéis entalhados, e sobretudo os aglomerados mas harmonizados grupos de seus grandes pórticos" (Mediaeval Rhetoric and Poetic, págs. 239 e 244).  É portanto inteiramente pertinente observar que de acordo com Agostinho, de quem podemos dizer ter definido de uma vez por todas os princípios da arte cristã (De doctrina christiana, livro IV, um ensinamento que "tem uma significação histórica sem qualquer proporção com a sua envergadura" - Baldwin, op. cit., pág. 51), o objetivo da eloquência cristã é "ensinar, a fim de instruir; agradar, a fim de agarrar; e também, certamente, mover, a fim de convencer" (IV, 12-13); a fórmula docere, delectare, flectere, ou alternativamente probare, delectare, movere, deriva de Cícero; probare significa a demonstração de quod est probandum, o tema ou assunto da obra (1).  O significado de "prazer" (delectatio) é explicado por Santo Agostinho quando ele diz que "alguém sente prazer (gratus) quando esclarece assuntos que necessitam ser compreendidos" (IV, 25).  Mas no presente contexto Agostinho está pensando antes no prazer dado pelo "encanto da dicção" (suavitas dictionis) por meio do qual a verdade a ser comunicada é tornada palatável pela adição do "tempero" que, por causa das mentes débeis, não deve ser negligenciado mas não é essencial, se estivermos considerando apenas aqueles que estão tão famintos pela verdade que não cuidam de quão deselegantemente (inculte) ela possa ser expressa, desde que "é uma característica típica das grandes mentes (bonorum ingeniorum) amar a verdade que está nas palavras antes que as palavras em si mesmas" (IV, 11).  E em relação àquilo que poderíamos denominar, talvez, de a severidade da arte "primitiva", as palavras de Agostinho são muito pertinentes: "Oh, eloquência, tão mais terrível quanto menos adornada; e quanto mais genuína, tanto mais poderosa; Oh, verdade,  machado que fende a rocha!" (IV, 14).

A perspicácia é a primeira consideração; tal linguagem deve então ser usada de tal maneira que seja inteligível para todos aqueles a quem for endereçada.  Se necessário, mesmo a "correção" (integritas) (2) da expressão poderá ser sacrificada, se o próprio assunto puder ser ensinado e compreendido "corretamente" (integre) dessa maneira (IV, 10).  Em outras palavras, a sintaxe e o vocabulário estão a serviço da demonstração (evidentia: quod ostendere intendit), e não o tema a serviço do estilo (como os estetas modernos parecem acreditar).  O argumento é diretamente contra uma adesão mecânica a uma pedante e acadêmica "precisão", e surge em conexão com o problema de um discurso feito a alguma audiência inculta.  E significa que, em um verdadeiro ensinamento, deve-se empregar o vernáculo daqueles com quem se fala, desde que isto seja feito para o bem da coisa a ser dita, ou, como o expressa o Lankâvatâra Sûtra, II, 114, "a doutrina é comunicada apenas indiretamente através da pintura: e tudo aquilo que não for adaptado a esta ou àquela pessoa que deve ser ensinada, não pode ser chamado de ensinamento."  O fim não pode ser confundido com os meios, e não existem os meios que possam ser ditos bons em si mesmos, mas somente os meios que são bons em uma dada aplicação.  É do maior interesse observar que esses princípios equivalem ao reconhecimento e à sanção dessas "distorções" ou "desvios da perfeição acadêmica" representados por aquilo que se denomina de "refinamentos arquitetônicos".  No caso da entasis, por exemplo, o fim em vista é provavelmente que a coluna possa ser compreendida como perpendicular e em ângulo reto.  Ao mesmo tempo, a acomodação não é feita por razões estéticas, mas intelectuais; isto quer dizer que dessa maneira a "ideia" de perpendicularidade é melhor comunicada, e se o "efeito" resultante é também visualmente satisfatório, isto é mais um resultado da forma do que um propósito imediato da modificação.  Ocorre o mesmo com a composição de qualquer obra; essa composição é determinada pela lógica do assunto a ser comunicado, e não para o conforto da visão, e se a visão fica satisfeita, é porque uma ordem física no órgão da percepção corresponde à ordem racional presente em tudo aquilo que é inteligível, e não porque a obra de arte tenha sido feita apenas para o olho ou para o ouvido.  Uma outra maneira em que a "correção", neste caso a "precisão arqueológica", pode ser propriamente sacrificada ao fim mais alto da inteligibilidade pode ser vista no tratamento usual medieval de temas bíblicos como se eles tivessem ocorrido no ambiente em que vivem aqueles que os retratam, com o conseqüente anacronismo.  É quase desnecessário apontar que um tratamento que representa um acontecimento místico como um acontecimento corrente comunica esse tema com muito mais vivacidade, e nesse sentido mais "corretamente", que um outro com um olhar pedante de arqueológica precisão que antes separa o acontecimento dos espectadores "atuais" e faz dele uma coisa do passado.

Os princípios de Agostinho não podem ser melhor exemplificados do que no caso da Divina Commedia, a qual hoje persistimos em ver como um exemplo de "poesia" ou belles-lettres, a despeito do que diz o próprio Dante sobre ela, que "a obra como um todo foi empreendida não com um fim especulativo, mas prático... o objetivo do todo é remover aqueles que estão vivendo nesta vida do estado de infelicidade, e levá-los ao estado de bem-aventurança" (Ep. ad Can. Grand., §§ 16 e 15).  O criticismo corrente equivoca-se de maneira similar ao interpretar o Rig Veda, insistindo nas suas qualidades "líricas", muito embora todos aqueles que estão dentro e pertencem a, e não simplesmente estudam, a tradição védica estão absolutamente seguros da função injuntiva fundamental desses versos, e contemplam não tanto sua qualidade artística quanto sua verdade, a qual é a fonte do seu poder motivador.  As mesmas confusões se repetem em nossas concepções de "arte decorativa" e da "história do ornamento".  É tacitamente ignorado que aquilo que denominamos ornamento ou decoração na arte antiga e medieval e, poderíamos acrescentar, na arte folclórica, teve originalmente, e na maioria dos casos ainda tem, um valor inteiramente diverso daquele que impomos-lhe quando hoje em dia plagiamos essas formas naquilo que realmente é "decoração interna" e nada mais; e a isto chamamos de uma abordagem científica!

Na Europa, a hoje desprezada doutrina da necessária inteligibilidade ressurge em uma data comparativamente tardia em conexão com a música.  Não só Josquin des Prés no século XV arguia que a música não deve ser apenas um belo som mas significar algo, mas é exatamente sobre esse ponto a refrega entre o cantochão e o contraponto centrada no século XVI.  A Igreja exigia que as palavras da missa tinham que ser "claramente distinguidas através da trama do contraponto, que embrulhava o cantochão".  Foi preservado um registro do bispo de Ruremonde "que afirmava que depois de ter posto a maior atenção foi incapaz de distinguir uma palavra qualquer cantada pelo coro" (Z. K. Pyne, Palestrina, his Life and Times, Londres, 1922, págs. 31 e 48).  Foi somente quando os papas e o Concílio de Trento foram convencidos pela obra de Palestrina que as novas e mais intrincadas formas musicais não eram realmente incompatíveis com a clareza, que a posição da música figurada foi garantida.

Tendo em mente o que foi dito acima sobre o invariável caráter ocasional da arte, e também o que foi colocado quanto à sua inteligibilidade, é suficientemente evidente que de um ponto de vista cristão a obra de arte é sempre um meio, e nunca um fim em si mesma.  Sendo um meio, ela é ordenada a um determinado fim, sem o que ela não teria raison d´être, e só pode ser vista como um bricabraque.  A abordagem corrente pode ser comparada à de um viajante que, ao encontrar uma placa de sinalização, começa a admirar sua elegância, quer saber quem a construiu, e finalmente a corta e decide usá-la como um ornamento no consolo de sua lareira.  Tudo bem, ela pode ser usada assim, mas dificilmente poderemos dizer que houve uma compreensão da obra; a menos que o fim esteja claro para nós mesmos, como ele o esteve para o artista, como ter a pretensão de ter compreendido, ou como poderemos julgar sua operação?

Mesmo que desviemos a obra de arte para algum outro uso que o original, então, em primeiro lugar, sua beleza estará proporcionalmente diminuída, pois, como disse acima Santo Tomás, "se elas são utilizadas para um outro uso ou finalidade, sua harmonia e portanto sua beleza não se mantêm", e, em segundo lugar, mesmo que possamos tirar um certo prazer da obra que foi retirada de seu contexto, usufruir desse prazer será um pecado nos termos da definição de Agostinho, "gozar daquilo que deveríamos usar" (De Trinitate, X, 10), ou uma "demência", como ele também chama essa visão de que a arte não tem nenhuma função senão agradar (De doc. christ., IV, 14).  O pecado, na medida em que ele relaciona-se com a conduta e ignora a função última da obra, a qual é convencer e instigar (movere), é o pecado da luxúria; mas desde que nós aqui lidamos antes com uma falta estética do que uma falta moral, permitam-nos dizer, a fim de evitar implicações exclusivamente moralistas que hoje em dia são inseparáveis da ideia de pecado, que contentar-se somente com o prazer que pode derivar de uma obra de arte sem nenhum respeito ao seu contexto ou significação será um solecismo estético, e é assim que o esteta e a arte "afastam-se da ordenação à finalidade".  Ao passo que, "se o espectador puder entrar nessas imagens, aproximando-se delas na carruagem de fogo (sânscr. jyotiratha) do espírito contemplativo (sâncr. dhyâna, dhï)... então ele poderá ressurgir do sepulcro, então ele encontrará o Senhor nos ares, e então ele será feliz" (Blake), o que é muito mais do que simplesmente estar satisfeito.

Notas
(*)  Os tratos eram versículos cantados nas missas de réquiem e nos períodos de penitência, logo após o gradual, para substituir o aleluia, e cuja melodia é das mais ricas do canto gregoriano.  (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa) (Nota da tradução.) 

(1)  São Boaventura, De reductione artium ad theologiam, 17, 18 - ad exprimendum, ad erudiendum at ad movendem, "para expressar, instruir e persuadir", ou seja, expressar por meio da semelhança, instruir por meio de uma clara luz e persuadir por meio do poder."  Pode-se notar que "clara luz" é lumen arguens, e que nossa palavra "argumento" é etimologicamente e originalmente "clarificação" ou "tornar brilhante".  
(2)  A locutionis integritas de Santo Agostinho corresponde à sermonis integritas de Cícero (Brut. 35. 132) e significa "correção da expressão".  Similarmente em Santo Tomás, Sum. Theol., I. 39. 8, integritas sive perfection é uma condição necessária da beleza, integritas é "precisão" mais que "integridade" ou "integração".  Tendo em mente que toda expressão  se faz através de alguma semelhança, o significa da expressão é "simbolismo adequado", isto é, correção da iconografia.  Com muita freqüência esquecemos que na fala tanto quanto nas artes visuais, a expressão se dá através de imagens.  

In "Christian and Oriental Philosophy of Art", Ananda Coomaraswamy, Dover Publications Inc., New York, 1956,págs. 102-109.  

Tradução de Roberto Mallet.

domingo, 12 de novembro de 2017

10 Lojas internacionais de Material Artístico que enviam para o Brasil

(Atualizado em janeiro de 2022)

Algumas pessoas me perguntaram quais lojas virtuais eu indicaria para efetuar compras de materiais artísticos no exterior.

Em primeiro lugar, o que devemos levar em conta, é se o a loja virtual faz o envio para o Brasil. Não sei por qual motivo, já vi diversos vendedores que enviam materiais ao Iêmen, que é um país em guerra, mas não enviam materiais artísticos ao Brasil.

Sabendo que o site envia ao Brasil, a segunda parte que devemos prestar atenção é em relação ao frete. Geralmente o que mais tem pesado no valor dos materiais artísticos ao chegarem ao Brasil, (tirando os salgados impostos de importação que chegam à casa de 60%  - :-P), é o frete.

Portanto, examinar o valor do frete é algo primordial. E quando chegamos neste ponto, verificamos que há uma infinidade de variáveis, dentro das próprias Lojas. E cada Loja tem uma política de postagem.

Um exemplo curioso é o da Jacksons Art, que remete seus produtos através da Suécia, que tem um valor de frete bem em conta.

Então, antes de dizer quais sites eu sei que entregam no Brasil, e alguns em especial, de onde eu tenho comprado, o artista deve saber que um produto pode ser até muito mais barato em um lugar, porém, devido ao frete, o produto sairia bem mais caro ao chegar aqui.

Diversas Lojas famosas no Estados Unidos enviam ao Brasil (Cheaps Joe e Dick Blick, por exemplo). Contudo, é meio difícil conseguir o valor do frete nessas lojas: tem que fazer o pedido e esperar o contato da Loja informando o valor do frete...

Outra coisa que torna difícil a compra de materiais artísticos nos Estados Unidos é que eles geralmente cobram as taxas de importação antes de enviar os materiais, ainda que os materiais estejam isentos de impostos por estarem abaixo do limite da Receita Federal. Portanto, tomem cuidado!

Logo abaixo, vão os endereços eletrônicos de 10 Lojas que enviam produtos ao Brasil. Em vermelho estão as lojas de onde comprei. As outras, segundo informações que tive, são lojas idôneas:



The Merri Artist [https://www.merriartist.com (frete caro - EUA)];
*Verifiquei que a The Merri Artist não está mais enviando ao Brasil.
Caso voltem a enviar, atualizarei aqui (03/02/2022)


Jerry's Artarama [https://www.jerrysartarama.com (frete caro - EUA)];*
*Verifiquei que o frete na Jerry's Artarama está inviável. (03/02/2022)


Artemiranda [https://www.artemiranda.es (frete caro - Espanha)];*
*A ArteMiranda deixou de enviar produtos ao brasil
em fretes mais em conta. Estão caros (mínimo de 20 Euros). (03/02/2022)


TotenArt [https://totenart.com (frete caro - Barcelona)];*
*Verifiquei que a TotenArt não está mais enviando ao Brasil.
Caso voltem a enviar, atualizarei aqui (03/02/2022)


Ken Bromley Art Suplies [https://www.artsupplies.co.uk (frete razoável - Inglaterra)];*
*O frete mínimo na Ken Bromley sai U$ 13,08 (fiz um teste: coloquei
17 tubos de aquarela de 5ml, e o frete continuou o mesmo)


Loja Internacional da Koh-I-Noor [http://eshop.koh-i-noor.eu (frete razoável – Rep. Checa)] *
* Agora o valor mínimo de compra tem que ser 50 Euros. (03/02/2022)

– No e-Bay, na loja PinkBox7, vendem-se materiais da Koh-I-Noor com frete gratuito: http://stores.ebay.com/pinkbox7/ ];


Pincéis Rosemary [https://www.rosemaryandco.com/ - eShop de fábrica de pincéis de excelente qualidade (frete razoável – Inglaterra)];*
*Frete mínimo U$ 19,35 (03/02/2022)



SAA [https://www.saa.co.uk/ (frete barato – Inglaterra)];*
*frete mínimo £ 4,50. Verifiquei que diversos produtos (principalmente tintas) não estão sendo enviados mais para o Brasil. Contudo, é a única loja europeia que envia papéis, tamanho 1/4 de imperial, a um preço bom. Dica: os pincéis kolinsky da SAA são fabricados pela Raphael. (14/02/2022)



The Coln Gallery [https://www.colnart.com (frete razoável – Inglaterra)];*
*frete mínimo £ 7,00.




Jackson’s Art (https://www.jacksonsart.com/ (frete barato – Inglaterra)].

Se tiverem experiências com alguma outra loja, da qual vocês tenham comprado e tiveram uma boa experiência, deixem nos comentários.

ATUALIZAÇÃO (janeiro/2020)

Depois das mudanças de políticas dos Correios ocorridas em 2019, é necessário fazer outras verificações, quais sejam: 

1) Se a empresa envia a encomenda com rastreamento: os correios estão exigindo uma complementação de R$ 15,00 para fazer a entrega no endereço marcado, principalmente das encomendas que vêm da China. Por isso, evite a todo custo encomendar sem código de rastreamento, sob pena de perder seu investimento;

2) Acrescentar o CPF na encomenda: a Receita Federal está exigindo que as encomendas internacionais venham com o CPF do destinatário. Provavelmente essa disposição tem por objetivo verificar a quantidade de compras que este contribuinte faz no exterior. Se você gosta de comprar muito, atenção. Se você é apenas um comprador eventual, não vejo razões para preocupação.

3) Cadastrar-se no Portal de Serviços dos Correios: O site dos correios tem, agora, um portal de serviços que, dentre outras coisas, você deve utilizar para pagar tanto a taxa que os correios estão cobrando (às vezes), quanto o pagamento das taxas de importação. Não tem como fugir. Então, o melhor é já estar cadastrado e ficar atento. Depois de um mês, eles devolvem as encomendas à origem.

Abraço a todos!


ATUALIZAÇÃO (janeiro/2022)

Devido ao tempo passado depois que publiquei este artigo (12/11/2017), houve diversas mudanças. Neste momento em que escrevo estas linhas, está havendo uma pandemia de COVID-19, o que contribuiu para o fechamento de diversas lojas online, e para a mudança de políticas das que ficaram.

Atualizei, em vermelho, as informações constantes no artigo original.

Contudo, vou mencionar algumas lojas online que também enviam ao Brasil, e que não estavam no artigo original. Contudo, já alerto que nunca comprei nessas lojas, ainda que não tenha visto nada que pudesse desaboná-las, motivo pelo qual eu as cito aqui (algumas que eu encontrei, eu não citaria neste artigo).

Portanto, entendo que as lojas citadas devam ser seguras, apesar de não conhecê-las. Se alguém conhecer, peço a gentileza de me dar um feedback nos comentários.



THACKERY

https://www.thethackery.com/default/

Frete razoável. Nunca comprei lá. É uma loja estranha, que vende materiais de costura e suprimentos para artistas. O frete mínimo é “bom”: U$ 12,00. Mas, cuidado: não tem rastreamento no frete comum. E os rastreados são caríssimos.


L. CORNELISSEN & SON

https://www.cornelissen.com

Frete razoável. Nunca comprei lá. O frete mínimo é “bom”: £ 12,08 ( International Signed).

 

RUSSEL & CHAPPLE

Fine art textiles

https://www.russellandchapple.co.uk

Frete barato. Nunca comprei lá. O frete mínimo é “bom”: £ 6,75 (sem rastreamento). Frete mínimo com rastreamento: £ 11,95 (International Signed).


PEGASUS ART

https://www.pegasusart.co.uk/

Frete caríssimo. Nunca comprei lá. O frete mínimo é “alto”: £ 35,00. A razão de eu colocar este vendedor é porque, algumas vezes, verifiquei que um vendedor que tinha um frete caro, conseguia baratear o frete. Por isso, fique de olho.


 HOBBYCRAFT

https://www.hobbycraft.co.uk/

Frete caro. Nunca comprei lá. O frete mínimo é “alto”: € 28,22. 



#materialartistico #importar #importararte #importarmateriais #tintasimpostadas #tintaimportada



sábado, 4 de novembro de 2017

Museu Nacional de Arte Antiga, de Lisboa

Em agosto de 2017, estive no Museu Nacional de Arte Antiga, localizado em Lisboa (GPS  38.704516 ; -9.162278).

Este museu foi criado em 1884, e tem a mais relevante coleção pública portuguesa, entre pintura, escultura, ourivesaria e artes decorativas, europeias, de África e do Oriente. Cerca de 40.000 obras, tem no seu acervo a maioria das obras consideradas "tesouro nacional" pelos portugueses.

Tenho que confessar que não tinha muita ideia do que encontraria lá dentro, tendo em vista que esse museu não é muito divulgado no Brasil, nem nunca havia visto algum livro com seus acervo, com exceção feita a sua obra de Bosch, extremamente famosa no mundo inteiro: As Tentações de Santo Antão (c. 1500). Só por esta obra já vale pagar os seis euros da entrada (se quiser ver a foto aumentada, é só clicar nela).

As Tentações de Santo Antão - Bosch

Tive a curiosidade de fotografá-la por trás, para ver a forma como eram construídos os suportes de madeira na renascença. Talvez a armação que exista atualmente já tenha sido colocada pelos restauradores modernos. Mas é interessante ver a parte da obra que ninguém mostra:

As tentações de Santo Antão, vista por trás.

Mas o museu não se resume a Bosch. Para mim foi uma grata surpresa passar algumas horas visitando as dependências daquela instituição, e ter partilhado de bons momentos no pequeno jardim, com vista para o Tejo, que existe atrás do prédio.

Jardim atrás do prédio do MNAA

Sempre gostei da arte medieval e da Renascença por motivos pessoais e de ordem "filosófica", se se pode dizer assim (não gosto da palavra "filosofia" pela extensão de aplicações modernas). Sempre tenho gratas surpresas ao visitar esses museus na Europa, e suas coleções de arte antiga. Sendo assim, não foi diferente no MNAA.

Talvez o hierático “Santo Agostinho” de Piero de La Francesca caia na graça dos estudiosos. A minha preferência, porém, talvez se dê a obras aparentemente singelas como a “A Virgem e o Menino”, de Hans Mamling (c. 1480-1490). Ou os quadros de Quentin Metsys, que sempre me causaram impacto ao vê-los nos livros, quanto mais pessoalmente.

A Virgem e o Menino - Mamling

Digno de nota é a “Salomé” (1510-1515) de Lucas Cranach (sempre gostei do caráter austero do alemão em suas obras); “Obras de Misericórdia” de Pieter Brueghel, o moço (infelizmente não tão extraordinário quanto o "Velho"); E o São Jerônimo (1521), de Dürer. A foto não é capaz de demonstrar o grau de profundidade e técnica que o mestre germano consegue impor na superfície da pintura.

Salomé - Cranach

São Jerônimo - Dürer

Devo admitir que a coleção de pinturas de arte europeia é extraordinária. Contudo, é pasível de admiração uma parte menos famosa, mais invisível, e mesmo assim não menos surpreendente, que é a ala das obras trazidas da Ásia e da África, frutos das navegações. Diversas cerâmicas, obras de ourivesaria, azulejos, etc.

Painel de Azulejos, Alfiz 
(exemplar, datável entre 1570-1580, 
proveniente da Mesquita de Damasco, 
construída por Solimão I, o Magnífico)

Um saleiro de marfim (séc. XVI), produzido pelos artesãos do Benim, torna-se um trabalho de esmerada beleza, por exemplo, digno de figurar em minha memória. Importante é perceber como os outros nos percebem. E nesse trabalho há um detalhamento que aqueles artesãos se impuseram em retratar os portugueses.

saleiro de marfim (séc. XVI)

Também nessa mesma linha, os famosos Biombos Nambam (c. 1570-1616), que dá a transparecer um pouco a forma com que os japoneses viram os portugueses em suas visitas. Nambam quer dizer “bárbaros do sul”, ou seja, esta era a imagem que os orientais tinham dos estranhos visitantes ocidentais em sua terra.

Biombos Nambam

Outro trabalho extremamente estranho, ao mesmo tempo de inesperada percepção do Artista é o “Inferno” (c. 1510-1520), pintado por um artista português desconhecido. Parece um inventário de castigos aos pecados capitais da Igreja, executados pelos demônios, que utilizam adornos ou vestimentas que indicam origem fora da Europa. Talvez o medo que a influência que novas culturas pudessem trazer ao pensamento cristão do velho continente.

O Inferno

Não podia faltar a menção a uma obra de arte eterna no coração dos portugueses, “Os painéis de São Vicente”, de Nuno Gonçalves (c. 1470). Já os tinha visto em meus livros de história do ginásio. No entanto, são extraordinariamente pintados, e sua composição é muito equilibrada e bem elaborada. 


Se estiver em Lisboa, e for um amante da Arte, não deixe de visitar este Museu.

#museum #MNAA #artisticvision #dicas #portugal #lisboa #painting

domingo, 9 de abril de 2017

Por que usar papel 100% Algodão?

A indústria de papel ocidental começou, em meados do século XIX, a produção de papéis feitos com pasta de madeira. Até então os papéis eram feitos por outros tipos de plantas, tal como algodão, cânhamo, etc. 

Um certo tempo depois, percebeu-se que este tipo de papel feito com pasta de madeira se acidificava e se deteriorava em cerca de 50 anos. O sinal vermelho aconteceu na década de 1930.

Isso foi um grande problema para o comércio de papéis, principalmente para bibliotecas. Basta imaginar haver bibliotecas inteiras cheias de livros que começaram a se deteriorar, ficando castanho-amarelados e páginas quebradiças nos dedos (você já deve ter visto isso). 

Então eles descobriram a necessidade de papel de qualidade arquivística, algo que já havia anteriormente nas fábricas tradicionais europeias e asiáticas (Arches, Fabriano ou Hahnemuhle fabricam papel quase da mesma forma há mais de 400 anos).

Agora as indústrias vendem o papel 100% algodão como um produto separado de alta qualidade. E empresas, bibliotecas, escritores, etc que buscam um produto que tenha uma melhor conservação, preferem comprar papéis com esse material arquivístico.

É claro que há diversos tipos de papéis para diversos tipos de bolsos ou buscas de resultados. No entanto, a preferência por papéis de qualidade arquivística é, segundo meu entendimento, um respeito com aquele que vai adquirir seus trabalhos.

E quando falamos de aquarelas, percebe-se claramente que os papéis 100% algodão, bidimensionados (com cola interna e superficial), dão um maior destaque às cores de forma muito superior que os papéis a celulose. De tal forma que os profissionais da Aquarela dizem que é melhor gastar dinheiro com bons papéis do que com boas tintas...

 papel 100% algodão, feito à mão

sábado, 1 de abril de 2017

A Arte contemporânea é uma farsa: Avelina Lésper

(Do "Vanguardia" - Cidade do México) - Com a finalidade de dar a conhecer seus argumentos sobre o porquê da arte contemporânea ser uma "falsa arte", a crítica de arte Avelina Lésper ofereceu a conferência "A Arte Contemporânea- O dogma inquestionável" na Escola Nacional de Artes Plásticas (ENAP), onde foi ovacionada pelos estudantes.

"A carência de rigor (nas obras) permitiu que o vazio de criação, a novidade, a falta de inteligência se tornassem os valores desta falsa arte, e que qualquer coisa seja exibida nos museus", afirmou Lésper.

Explicou que os objetos e valores estéticos que se apresentam como arte, são aceitos, em completa submissão aos princípios impostos por alguma "autoridade".

Tal fato resulta que paulatinamente se formem sociedades menos inteligentes, levando-as à barbárie. Também abordou o tema do "Ready Made", sobre o qual expressou que mediante esta corrente "artística", retornou-se ao mais elementar e irracional do pensamento humano, ao pensamento mágico, negando-se a realidade. A arte fica, assim, reduzida a uma crença fantasiosa e sua presença reduzida a um "significado". "Necessitamos arte e não crenças".

Do mesmo modo, destacou a figura do "gênio", artista com obras insubstituíveis, personagens que na atualidade já não existem. "Hoje, com a superpopulação de artistas, estes já não são indispensáveis e a sua obra acaba sendo substituída por outra, porque há carência de singularidade".

Detalhou que a substituição de artistas se dá pela pouca qualidade de seus trabalhos; "tudo aquilo que o artista realize está destinado a ser arte: excremento, ficha, ódios, objetos pessoais, imitações, ignorância, enfermidades, fotos pessoais, mensagens de internet, brinquedos, etc. Atualmente fazer arte é um exercício ególatra; as performances, os vídeos, as instalações são feitos com tal obviedade que aflige pela sua simploriedade criadora, e são peças que em sua imensa maioria apelam ao menor esforço, e que sua acessibilidade criativa nos diz que, é uma realidade, qualquer um pode fazê-la".

Nesse sentido, afirmou que não dar o status de artista a aquele que o merece ocasiona um afastamento entre a arte e as pessoas, o demérito, a banalização. "Cada vez que alguém sem méritos e sem trabalho real excepcional expõe, a arte vai decrescendo em sua presença e concepção. Quanto mais artistas há, mais as obras são piores: a quantidade não está contribuindo para a qualidade".

"O artista ready made quer se assenhorar de todas as áreas, e todas com pouco profissionalismo; no caso de fazer um vídeo, não alcança os padrões pedidos no cinema ou na publicidade; caso faça obras eletrônicas ou as mande fazer, não obtém o nível médio de um técnico; caso se envolva com sons, não chega sequer à experiência de um Dj. Assume-se dessa forma que se a obra é de arte contemporânea, não tem porque alcançar um índice mínimo de qualidade em sua realização. Os artistas fazem coisas extraordinárias e demonstram em cada trabalho sua condição de criadores, contudo nem Damien Hirst, nem Gabriel Orozco nem Teresa Margolles, nem a imensa lista de gente que cresce são artistas, e isto não o digo eu, dizem-no suas obras", asseverou.

Como conselho aos estudantes, indicou-lhes que deixem que sua obra fale por eles, não um curador, não um sistema, não um dogma, "sua obra dirá se são ou não artistas, e se fizerem esta falsa arte, repito que não são artistas".

Lésper assegurou que hoje em dia, a arte deixou de ser inclusiva, por isso voltou-se contra seus próprios princípios dogmáticos; e no caso de um espectador não gostar, este é acusado de "ignorante, de estúpido e se lhe diz com grande arrogância: se você não gosta é porque não entende".

"O espectador, assim, para evitar ser chamado ignorante, não pode nem dizer o que pensa; para esta "arte" todo público que não é submisso a suas obras é imbecil, ignorante e nunca estará à altura do exposto, nem de seus artistas; e assim, o espectador presencia obras que não demonstram [nem desafiam a] inteligência", denunciou.

Finalmente, ressaltou que a arte contemporânea é endogâmica, elitista; como vocação segregacionista, é realizada para sua estrutura burocrática, para agradar às instituições e a seus patrocinadores. "Sua obsessão pedagógica, sua necessidade de explicar cada obra, cada exposição, sua superprodução de textos é a implícita cotização do critério, a negação à experiência estética livre; define, nomeia, superintelectualiza a obra para supervalorizá-la e para impedir que a percepção seja exercida com naturalidade".

A criação é livre, mas a contemplação não o é. "Estamos ante a ditadura do mais medíocre".

sábado, 4 de março de 2017

AQUARELA: FAZER UM RETRATO (PARA INICIANTES)

Nível : Intermediário               
Tempo de realização : 2 horas
Autor: Mathias Braun.            
Tradução: George Avis           



Algumas dicas simples podem ajudá-lo a pintar um rosto com aquarela: trabalhar em um grande formato, jogando com áreas brancas, por exemplo. Seu desafio: aprender a respeitar as proporções, já que você tende (pelo menos inicialmente) a expandir certos elementos (olhos e boca) e reduzir outros (orelhas, pescoço, testa, cabelo). Finalmente, para capturar o melhor possível a personalidade do modelo, pretende representar os ombros, e você vai estudar a maneira em que a cabeça está inserida no contexto, e você pode trazer uma atitude, ou uma expressão familiar.
Material
- Papel: p/ Aquarela 300 g/m2 - grão fino (GF). Recomenda-se o Montval.
- Cores: Aquarela em pastilhas amarelo primário, vermelho, violeta, azul ultramar, verde esmeralda, terra de Siena queimada.
- Lápis e pincéis: 1 lápis medio (HB) bem apontado ou 1 lapiseira fina (0,5 mm), 1 pincel de aguada, 1 pincel médio redondo de ponta (pelo de esquilo ou um bom orelha de boi), 1 pincel fino redondo de ponta (preferência marta ou um bom sintético) para os acabamentos.

Etapa 1

Execute um esboço rápido do tema.
Com o lápis (tem que ter ponta bem afiada para que o traços seja o mais preciso e o mais leve possível), fazer um esboço dos contornos do rosto e depois do pescoço e ombros. Insira elementos como olhos, nariz e boca. Conclua com as orelhas e os cabelos. Sinta-se livre para apagar se você cometer algum erro.
Cuidado: evitar detalhes muito precisos (cílios, sobrancelhas, pupila, íris, etc.), porque você vai pintar com a aquarela (transparente).



Etapa 2

Aplica uma aguada (tinta bastante diluída) para dar ao rosto tonalidade e volume.
Prepara uma boa quantidade de aguada (será utilizada mais tarde): amarelo primário e um pouco mais de vermelho (obterá um laranja claro). Dilui bastante antes de aplicar a cor.
Coloca a cor nas zonas onde o rosto está nas sombra. Deixa partes em branco nas zonas iluminadas.
Seus gestos modelam o rosto e contribuem para a expressão: evita preenchê-lo. Aplica melhor a cor em camadas distintas, sem se preocupar em te sair dos contornos em lápis.




Etapa 3

Marcar as sombras e as zonas mais escuras.
Reutiliza a mistura anterior, aplica-a com o pincel de aguada, mas diluindo-a menos: as cores têm que ser mais densas.
Coloca as sombras do rosto, a sombra do nariz, e trata o cabelo. Deixa zonas sem pintar nos lugares onde se reflete a luz.
Truque: suaviza o contorno das sombras para lhes dar mais realismo. Sem aplicar mais a cor, passa o pincel limpo, mas ainda úmido, sobre os limites das zonas mencionadas (dando leveza na passagem da sombra para a luz).



Etapa 4

Afinar os detalhes do rosto.
Prepara uma aguada misturando vermelho com um pouco de violeta. Trabalha com o pincel médio redondo de ponta procurando, uma vez mais, não delimitar muito o esboço:
1) A boca: aplica pinceladas mais ou menos diluídas em função da reflexão da luz. Para dar uma impressão de brilho, deixa uma zona sem pintar no centro do lábio inferior.
2) Os olhos: utiliza a mesma aguada, diluindo-a um pouco mais. Coloca a cor, tentando sempre não fechar as formas, já que deixar pequenas zonas sem pintar contribui para a criação de volume. Estas últimas correspondem às zonas em relevo onde a luz se reflete mais.




Etapa 5

Reforçar o volume do cabelo.
Preparar uma aguada grossa de amarelo puro. Aplica-o no cabelo com um gesto firme, utilizando o pincel de aguada: não se preocupe em sair dos contornos, trata-se de uma massa geral que precisará mais tarde. Aplica rapidamente as sobrancelhas da mesma maneira. Procura deixar zonas da cor anterior visíveis.


  
Etapa 6

Tratar os detalhes da cabeleira.
Prepara uma aguada a base de vermelho, violeta e um toque de azul ultramar (reforçará o conjunto). A cor obtida tem que ser densa. Trabalha com pequenas pinceladas utilizando o pincel de aguada.
Utiliza o pincel redondo de ponta fina para as zonas de precisão: mechas de cabelo, sobrancelhas.


  
Etapa 7

Detalhar o pulôver e os olhos.
Prepara uma mescla de verde esmeralda e azul ultramar (uma tonalidade complementar à utilizada para tratar a pele: daí o contraste bastante forte).
1) O pulôver : aplica rapidamente a cor diluída.
2) Os olhos: aplica a mesma cor com o pincel redondo médio. Cuidado!: deixa uma zona sem pintar no olho para expressar o reflexo da luz. Este reflexo dará um pouco de viço e de vida ao retrato, por isso terá que pintá-lo com cuidado.
3) O pulôver: coloca rapidamente as sombras para contribuir com volume. Aplica a mesma cor com o pincel de aguada, diluindo-o menos.


Etapa 8

Aperfeiçoar o olhar cuidadosamente.

Trabalhar com o pincel redondo de ponta fina.
1) A íris: com o que fica da mescla utilizada para criar as sombras do pulôver, traça os contornos da íris e sua parte superior (já que as pestanas projetam sua sombra nela). Procura deixar zonas sem pintar.
2) As pestanas e a pupila : prepara uma mescla muito pouco diluída composta de violeta, um pingo de terra de Siena e um pingo de azul. Este tom violáceo muito intenso evitará que recarregue a tonalidade do conjunto (contrariamente ao negro).
Retocar ligeiramente a pupila, deixando a zona sem pintar. Para as pestanas: começa pela pálpebra e as desenhe com um gesto rápido. Obterá um risco que se vai afinando.



Etapa 9

Reforçar as sombras e as partes escuras.
Para isso, mais vale utilizar uma cor franca e pouco diluída do que um tom escuro: prepara uma mescla de vermelho puro e violeta (um pingo).
Realça, com o pincel redondo de ponta fina, as sombras que não estão bastante marcadas aplicando um traço leve de pintura: comissura dos lábios, base do queixo, ocos do nariz, orelha, pés de galinha, etc.



Dica

Ao final do trabalho, sempre poderá voltar a trabalhar as sombras para equilibrar o conjunto: a base do queixo, a sombra da mecha de cabelo sobre a testa, etc. Para isso, basta utilizar a mesma aguada que na etapa 9 com o pincel redondo de ponta, diluindo-a generosamente.