segunda-feira, 11 de junho de 2018

Considerações sobre Artes Plásticas (I)


Monalisa (Leonardo da Vinci - pintade entre 1503 e 1506)

A arte, da forma como considero, é expressão do conhecimento. A técnica deve ser apurada no sentido de que a arte, em seu sentido abstrato, possa se materializar em nosso plano da forma mais autêntica possível.

Por esta razão, tenho verificado que a maior parte da produção artística extremamente valorizada pela crítica está mais identificada com a materialidade da falta de perspectivas do mundo moderno. O vácuo é a inspiração utilizada pela arte valorizada.

Assim, no caso específico das Artes-Plásticas, vejo com suspeição a valorização de artistas com técnicas grosseiras e temáticas vazias. Parece-me evidente que nesta época onde a quantidade está sobrevalorizada, a arte-produto seja destacada pelo lucro que se pode obter dela. Um artista que pinte uma Monalisa em quatro anos não teria a benção do mercado.

Outra coisa que verifico é que a tão propalada decadência da Arte, feita por diversos críticos, atinge tão somente aquela Arte identifica com os gostos padronizados da “elite” financeira (se se pode dizer assim). Ainda vemos em diversas partes do mundo, pelo que pude ver em minhas viagens, bem como na WEB, ainda há expressão significativa, carregando de esperança este meio de expressão.

 Artista VLADIMIR DENSHCHIKOV – Ucrânia
(Arte em Linho)

A estética nas Artes-plásticas, na atualidade, encontra-se delimitada pelo valor que se dá à padronização dos meios críticos, daqueles que dizem qual obra tem valor e qual não tem. Pode-se criar um paralelo entre o padrão de beleza feminino imposto pelas revistas de moda europeias e estadunidenses, e a beleza que enxergamos com nossos próprios corações. 

Chegamos, então a uma encruzilhada: o que deve ser considerado essencial e belo em artes plásticas? É a crítica especializada suficientemente abalizada para enxergar o que realmente é fundamental ou essencial em arte?

 A Fonte (Marcel Duchamp - 1917)

Acredito plenamente que estamos marcados por uma época em que nossos padrões têm como fronteiras a própria mediocridade.

Eu, em minhas reflexões, vejo ainda meus trabalhos como mediocridades mais ou menos bem elaboradas. E assim é o retrato de nossas expressões artísticas: mediocridades extremamente bem elaboradas, recheadas com coisa nenhuma. The Waste Land...

(CONTINUA...)