terça-feira, 11 de outubro de 2016

MUSEU DO PRADO 1: DIEGO VELÁSQUEZ

Prezados, o que falar do museu do Prado? Um dos museus mais famosos do mundo, resultado, principalmente, da riqueza que a corte espanhola gozava nos séculos XVI e XVII, principalmente, bem como da explosão cultural naquela país chamada de “Siglo de Oro”, com expoentes culturais em diversas frentes: Cervantes, Velásquez, Góngora, Calderón de La Barca, Lope de Veja, etc etc etc.

Quando adolescente olhava o livro da Editora Verbo, da Coleção “Grandes Museus do Mundo”, o Prado povoava minha imaginação, sem ter sequer a perspectiva de chegar um dia a conhecê-lo.

Entrada do Museu do Prado
 (propaganda da Exposição de Bosch - "El Bosco")


Museu do Prado 
(propaganda da Exposição de Bosch - "El Bosco")


Para um brasileiro, acostumado às loas expressadas a um MASP, chegar ao Museu do Prado é surreal. Estar diante de “trocentos” Velasquez, ou de “trocentos” Goyas, ou de outros tantos Rafaéis parece a ilusão da miragem de um sonho de todo aquele que ama as artes Plásticas. Mas para mim, a viagem a este museu, e por este museu, guardou surpresas que nunca sequer imaginei.

Como são diversas experiências que tive ao longo de cinco horas e meia de visitação, vou separar minhas considerações em alguns textos, começando este por Velásquez.

Em primeiro lugar, conhecer pessoalmente, dois dos quadros mais famosos da história da Arte: A Rendição de Breda (ou “As Lanças”) e aquele que é conhecido como “As meninas”. Somente sobre esses dois quadros já foram escritos artigos diversos, sobre a maestria na composição (o que é evidente à primeira vista), e dos diversos detalhes existentes, que colaboram o encontro entre espectador  e o artista, ainda que alguns séculos os separem.

A Rendição de Breda (ou "As Lanças")

As Meninas


Dignas de destaque são obras que não estão tanto sob os holofotes da mídia (logo abaixo), mas que foram objeto de releitura feita no século XX e, por isso mesmo, valorizadas: El Bufón Calabacillas (1636-37), Francisco Lezcano, el niño de Vallecas (163-45) e o  Retrato del enano Don Sebastián de Morra (1645).


El Bufón Calabacillas (1636-37), 

Francisco Lezcano, o menino de Vallecas (1643-45) 
Este quadro foi base de um trabalho do famoso pintor inglês Roger Bacon. 

Retrato do anão Sebastião de Morra (1645).

Para os releitores, a visão dessas espécies de quadros parece um reconhecimento do humano, ao dar dignidade a figuras preteridas no trato cotidiano da corte. Outros, porém, entendem que se tratava de uma atitude burlesca de Velasquez, estabelecendo uma crítica à corte espanhola ao utilizar figuras marginais em destaque e dar títulos nobres a elas.

Seja qual for o motivo, percebemos a maestria em perscrutar a psicologia do retratado.

Tenho que confessar que as miríades de quadros de personagens da Corte espanhola, principalmente de Fernando IV, ainda que feitos por um mestre como Velásquez, hoje em dia me parecem enfadonhas. Contudo, ainda assim, podemos perceber uma espécie de esmero técnico na confecção dos quadros, onde, talvez, a carência de assunto tivesse que dar relevo à eficácia da forma, ou onde houvesse o perigo quanto a possibilidade de "desnudar" o retratado, como vemos, por exemplo, no retrato de "La Reina Isabel de Bourbon a Caballo":

La Reina Isabel de Bourbon a Caballo (1635-36)

Vejam o detalhe do vestido da Dona Rainha, e percebam o quanto de suor Velasquez deve ter gasto ao pintar o tecido:

Detalhe do vestido do quadro anterior

Outro quadro que também povoava minha memória de criança, que havia na coleção "Mitologia", da editora Abril, era o Triunfo de Baco (ou "os bebuns"... ou "os ébrios", numa linguagem mais castiça). A visão de alguns "populares" espanhóis, contemporâneos de Velasquez, juntamente com o deus Baco, da antiguidade romana, era um anacronismo que minha cabeça de criança não conseguia capturar. Mas juntar coisas díspares temporalmente me parece uma forma de estabelecer o caráter de "eternidade" ao "aqui e agora", ao presente.

O Triunfo de Baco (1628-29)

Esta experiência de estar próximo de obras tão icônicas para um artista, quase um momento de reverência, se quebrou ao ver o frescor de uma "Cabeça de Veado", onde o pintor parecia demonstrar a leveza da pintura e, o que julgo ser mais importante, o amor que tinha ao trabalho de pintar: pinceladas rápidas, fluídas, sem o policiamento formal de outras pinturas. A solução de pintura dos pelos me parece maravilhosa.

Cabeça de Veado (1628-29)

Em suma: ficar na presença de dezenas de Velasquez é uma experiência intraduzível para um artista,  para quem ama este labor ou para um amante da arte.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

MUSEU CALUSTIAN GULBENKIAN

Estive em setembro de 2016 em Portugal e Espanha e aproveitei para aumentar meu conhecimento pictórico no  “Velho Continente”. Neste caso visitei dois museus bem expressivos: Calouste Gulbekian em Lisboa e o Museu do Prado em Madri. Neste primeiro momento, vou falar do Calouste Gulbekian.

O Museu Calouste Gulbekian fica em Lisboa, na Av. de Berna, 45A. Parei na estação de metrô São Sebastião e caminhei até lá. Vamos pular o belo ambiente no qual o museu está instalado, bem como o as belas instalações do próprio museu, como vocês podem observar nas fotos abaixo:

Entrada principal do museu.


Jardim da fundação

Ao adentrarmos o museu, temos contato com diversas coleções: Arte Egípcia, Greco-romana, da Mesopotâmia, do Oriente Islâmico, Arte Armênia, Chinesa, Pintura, Escultura, etc.

No meu entendimento as coleções que mais me atraíram foram a de pintura e arte do Oriente Islâmico, principalmente esta.

Contudo, a primeira peça que chama a atenção é um vaso grego (vide foto abaixo), em forma de cálice/cratera, de cerca de 440 a.C. com diversas figuras mitológicas. A leveza das figuras e a decoração bicromática do vaso nos fazem refletir sobre como é estranhamente surpreendente que vasos de utilização cotidiana há cerca de 2.500 anos sejam hoje peças de extraordinária beleza, dignos de exposição em um museu. Pela confecção, percebe-se que o autor colocou sua alma na peça e ela ainda se encontra presente, atravessando as eras e tempos.

Vaso de figuras vermelhas (Grécia - Ática - c. 440 a.C.)


Para numismatas, a coleção de moedas gregas antigas é muito interessante também, com algumas tendo um padrão de qualidade que não sabia existir naqueles tempos. Também causa reflexão ver aquela miríade de cabeças de pessoas importantes que nunca ouvimos falar.  

moedas gregas (575 - 75 a.C.)

Outra peça interessante é um baixo relevo assírio representando um gênio alado, da época de Assurnasirpal II (884 a 859 a.C.), com algumas inscrições grafadas por cima do relevo, fazendo existir um contraste interessante na peça. Se você clicar na foto abaixo, vai perceber o contraste na textura da pedra e talvez consiga ter uma percepção pálida do que significava a beleza dessa peça quando ela foi criada.

Gênio alado - relevo assírio (séc IX a.C.)


Agora, o que realmente é extraordinário no museu é a coleção de arte islâmica, onde pequenos azulejos tomam uma forma épica de construção pictórica, baseada fortemente na tradição daqueles povos, e peças de artesanato como pratos e tapetes carregam consigo a glória de uma civilização que teve seu auge por volta dos séculos IX e XII. 

Temos, por exemplo, um azulejo do século XIV com um pássaro / dragão, que parece uma fênix (?). Se observar a foto (abaixo), que tirei com bastante detalhe, vai ver o trabalho cuidadoso com que o artesão realizou sobre o azulejo, que deveria ser um dos diversos que fez.

Azulejo (Pérsia - Caxã - séc. XIV)
faiança moldada, decoração de "reflexo metálico"


Até uma peça usual tal qual um batedor de tapetes assume uma presença artística que não estamos mais habituados a ter em nossos cotidianos, que ainda são fabricados no Oriente Próximo.

Batedor de tapetes "contemporâneo"

É claro que, ao ver os azulejos orientais a gente pode perceber um pouco da herança que os orientais deixaram para a azulejaria portuguesa, como os exemplos abaixo:

Painel de azulejos (Turquia - 2ª metade do séc. XVI)

Painel de azulejos (Turquia - 2ª metade do séc. XVI)

Painel de azulejos (Turquia - 2ª metade do séc. XVI)

É claro que não há como não se maravilhar diante da coleção chinesa, ou de outras coleções expostas no museu, mas deixaremos de mencioná-las neste texto. 

Quando chegamos à ala de pintura, vemos diversos trabalhos que nos deixam extasiados, apesar de não encontrar no museu nenhuma obra-prima midiática, como a “Gioconda”, por exemplo. Mas alguns trabalhos enchem nossos olhos, como é o caso de obras de Turner (Quillebeuf, Foz do Sena – 1833 – óleo s/ tela), do pré-Rafaelita Edward Burne-Jones (O Espelho de Vênus – 1875 – óleo s/ tela), ou as antigas paisagens de Ruisdael que tanto me agradam desde quando eu era adolescente (Vista da Costa da Noruega ou Mar Encrespado Junto à Costa – c. 1660 – óleo s/ tela).

Turner (Quillebeuf, Foz do Sena – 1833 – óleo s/ tela)


Edward Burne-Jones (O Espelho de Vênus – 1875 – óleo s/ tela)


Ruisdael (Vista da Costa da Noruega ou 
Mar Encrespado Junto à Costa – c. 1660 – óleo s/ tela)


Há, também, diversos outros autores como : Rembrandt, Rubens, Renoir, Degas, Francesco Guardi, Frans Hals, Millet, Manet, Monet, Van Dyck, Fantin-Latour, etc.

De toda forma, é meu entendimento que fazer uma visita ao museu Gulbenkian é algo imprescindível para o artista que visita Lisboa. Separe, pelo menos, duas horas e meia para uma visita ao acervo permanente.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

PASTÉIS A ÓLEO PROFISSIONAIS (GUIA DE COMPRA)

Depois que comecei a adentrar no universo dos pastéis, tenho feito uma pesquisa exaustiva buscando verificar quais os melhores materiais, quais os materiais de boa qualidade que sejam mais em conta, etc.

Apesar de usar pastéis nesses quase trinta anos em que eu “faço artes”, de forma alguma me comprometeria ensinar questões de uso técnico do material, pois neste caso eu me entendo  apenas como um “adolescente” nesta arte do pastel...

Contudo, considerações relativas à qualidade dos materiais, informação que é extremamente escassa em português, principalmente no Brasil, acredito que posso fazê-las depois desses estudos, e de minha própria experiência.

Aqui, faremos algumas considerações sobre pastéis a óleo (ou pastéis oleosos, como preferirem), de qualidade profissional, para servir como um guia introdutório para aqueles que querem penetrar nos mistérios desse tipo de técnica.

PASTÉIS A ÓLEO PROFISSIONAIS

No mercado nacional, existem poucas marcas disponíveis de pastéis a óleo para artistas profissionais. E quando existem custam o olho da cara.

Se alguém quiser compra-los no exterior, existe um post em que eu informo como fazer para importar materiais artísticos dos EUA e Europa, com o custo ficando, pelo menos, 30% mais barato do que se fosse comprar no Brasil, incluindo frete, taxas, impostos, etc. E esse custo, dependendo da situação, pode ficar até 70% menor.

Após essas breves considerações, passemos às marcas:





São os mais suaves pastéis a óleo profissionais. A criação desses pasteis decorreu de um pedido de Pablo Picasso à Sennelier. Eles têm uma textura de “baton”, e têm a característica de que, em climas mais quentes, deixam a mão um pouco melada.

Contudo, para acabamentos e toques finais são considerados pela grande maioria dos artistas, imbatíveis. Se você precisa destacar uma cor por cima do fundo já pintado, estes pastéis são extremamente interessantes, pois têm uma textura ótima. E a pigmentação é de ordem superior.

Todas as cores que utilizam materiais químicos prejudiciais à saúde (cobalto, cádmio, etc) têm uma etiqueta de advertência, embora estes são menos perigosos de manusear do que ingerir ou inalar.

No Brasil, apenas encontrei na Gaudiarte, a um preço exorbitante. Comprei no Ebay uma caixa com 24 bastões e paguei, no final, com taxas, frete e impostos, R$ 170,31 (aproximadamente, hoje, US$ 50,00...). Se fosse comprar no Brasil, teria que pagar a módica quantia de US$ 460,00 pelo conjunto.

Normalmente, o preço de uma caixa com 48 bastões custa, para importar para o Brasil (tudo incluído: frete, taxas, impostos, etc...), cerca de US$ 182,00 (R$ 620,00, aprox..).





Mungyo é uma marca coreana, que tem apresentado seus produtos faz pouco tempo. O pastel oleoso aqui mencionado é o da série MOPV, para profissionais (a Mungyo fabrica diversos outros tipos de pastéis, inclusive para estudantes e crianças).

Eu comprei duas caixas diretamente da Coréia, através do eBay, uma com 48 bastões, e outra com 24 bastões (essa foi por acidente... rsrsrs). Os bastões são muito macios, um pouco mais consistentes que os Sennelier, semelhante aos Caran D’Ache.

Contudo, comparando com a marca suíça, os preços da Mungyo são muito razoáveis. A caixa de 48 pastéis chegou a mim sem eu precisar pagar taxas, apenas IOF: US$ 27,65 (aprox.. R$ 94,00 hoje).

Gostei muito de usá-los, apesar de padecer, ainda, daquilo que é problema em produtos de arte orientais: falta de informação quanto aos pigmentos. Porém, em wetcanvas.com, verifiquei posts informando que os testes com a permanência das cores de Mungyo foram satisfatórias, sendo, portanto, um produto de qualidade profissional.





Holbeins são quase tão suaves quanto os Senneliers, são quadrados, e sem envoltórios (tamanho de, aprox.., 7 cm x 1 cm). Eles não são feitos com óleo vegetal

Cada cor tem duas tonalidades disponíveis na produção. Algumas cores têm pigmentos tradicionais como cadmiums ou Cobalto que requerem um pouco de cuidado, mas estes são muito menos perigoso tocar do que a inalar ou ingerir. É só não comer com os dedos sujos de tinta.

Pode ser uma boa ideia usar luvas ou um suporte ao manuseá-los, ou invólucros de fita caseira em torno das varas.

O grande problema que eu acho dos Holbeins, essa marca japonesa, além de não serem vendidos no Brasil, é o preço, que é caro no mundo inteiro. Para trazermos para cá uma caixa de 25 bastões teríamos que desembolsar US$ 160,00 (R$ 544,00), com impostos e tudo. Aí fica difícil.

Mas a qualidade é superior, e tem um espectro de 225 cores (!). Sabe como é japonês? Demoraram 50 anos de pesquisas e testes para chegar a esse resultado. E são os pastéis que obtiveram a melhor classificação entre artistas no wetcanvas.com. Portanto...





NEOPASTELS são, provavelmente, os mais procurados pelos artistas profissionais brasileiros. São o sonho de consumo de diversos pastelistas porque são macios, fáceis de misturar e firmes; todas as cores são atóxicas e os conjuntos são compactos, com uma boa paleta equilibrada de tons brilhantes, matizes e obscuridades nos conjuntos maiores.

São considerados pelos artistas do mundo todo como um dos melhores pastéis a óleo. Contudo, quem já teve a oportunidade de busca-los aqui sabe que os preços são muito altos. E não há no mundo inteiro um lugar onde essa marca seja barata.

No Brasil, uma caixa com 48 cores chega a custar de US$ 170,00 (R$ 600,00) a US$ 250,00 (R$ 840,00), sem o frete.

É para quem está disposto a dar um plus no seu trabalho artístico, e que tem dinheiro para isso. Nos EUA, a caixa de 48 custa em torno de US$ 110,00. Contudo, satisfação garantida!


ERENGI ART ASPIRER OIL PASTELS

Um pastel novo, muito elogiado. Esses pastéis são semelhantes aos Neopastéis, quando encontra, metade do preço.

Todas as cores são resistentes à luz, exceto as fluorescentes.

Nunca tive a oportunidade de tê-los em mãos, porém, segundo pude ler diversas experiências, os artistas o colocam no topo da qualidade de pastéis oleosos.

O único lugar que eu os vi à venda foi em Jerry's Artarama e ASW CLUB. Uma caixa com 50 bastões, para importação, incluindo todos os impostos, frete e taxas, custaria em torno de US$ 110,00 (R$ 380,00, aprox.).

Contudo, nem tudo são flores: existem relatos, principalmente no oeste dos EUA, onde o clima é extremamente seco, que os pastéis Erengi secam de forma irreversível.

Portanto, cuidado! Se você mora num lugar com clima úmido e tem uma boa produção, compre-os sem medo. Agora, se você usa pouco os pastéis ou o clima é seco, será necessário guarda-los na geladeira, como me informaram alguns artistas americanos.






Um pastel a óleo solúvel em água, tal como existem tintas a óleo solúveis em água. Existe um processo de alteração no meio oleoso que torna possível a dissolução em água, e mantém, ao mesmo tempo, um comportamento de pastel oleoso.

Têm uma gama de 80 cores, muitas matizes úteis e uma textura firme um pouco mais suave do que os Cray-Pas Especialists (o que pode dizer que seja um pouco mais suave que um giz de cera).

A melhor escolha para aqueles que odeiam terebentina e diluentes ou apenas para usar como uma aquarela.

No youtube, há vídeos demostrando diversas técnicas para usá-lo. Fica claro que a melhor razão de você usar um Aquastic é aproveitar a sua solubilidade.

Atualmente você encontra os bastões avulsos aqui no brasil na Companhia do Papel e na Koralle.

Para importar dos EUA, uma caixa com 40 bastões ficaria em torno de US$ 140,00 (R$ 480,00). Hoje (25/08/2016), está mais barato comprar na Companhia do Papel este produto. 40 bastões sairiam cerca de R$ 220,00!!!


HOMERUN PAS OIL PASTELS


Esses pastéis são fabricados no Sri Lanka.

Nunca os vi no mercado, e pouco a gente vê fotos deles também.

Ao que parece, a empresa fabrica alguns pastéis de outras marcas, e colocou no mercado alguns produtos para vender.

Contudo, pelos comentários em geral que eu li, eles têm baixa fragmentação, uma textura cremosa firme e todas as cores são listadas como tendo excelente resistência à luz. Parece que o preço também é razoável.

Busquei na internet e não os encontrei. Caso alguém os encontre, por gentileza, entre em contato comigo.

Segundo informações, eles podem ser encontrados sob as etiquetas: Homerun Picasso, Homerun Fantasy e Homerun Pas.






Specialist é fabricado pela Japonesa SAKURA, a mesma empresa que faz a aquarela KOI, bastante vendida por aqui.

Vender a KOI não é uma boa qualificação... mas sabemos que diversas empresas que fazem artigos da mais alta qualidade, a um preço maior, também fabricam diversos produtos de uma qualidade menor para estudantes e crianças. 

Specialists são bastões quadrados, revestidos com papel, e pode vir com um bastão misturador incolor (tal como existe nos pastéis Van Gogh). Eles são mais baratos que Sennelier, Neopastel ou Holbein, no mesmo nível do Erengi Art Aspirer.

Uma das características do Cray Pas Specialist é que os artistas a consideram mais dura que os pastéis oleosos em geral, quase como um lápis de cera.

Contudo, as cores são excelentes e a empresa informa nos próprios bastões a firmeza da cor e os pigmentos usados, o que é algo muito bom (vide foto).

Neste caso, verifiquei que os artistas gostam de usar esses pastéis como fundo –pois os outros pastéis mais suaves conseguem deslizar bem sobre a camada feita por eles-  e também para fazer detalhes.
Todas as cores são atóxicas e resistentes à luz.

Você consegue importar uma caixa com 50 bastões, através do eBay, diretamente do Japão, com todas as despesas incluídas (impostos, taxas, frete), por US$ 120,00 (R$ 425,00).


OUTRAS MARCAS

Existem outras marcas de pastel a óleo no mercado, com a qualidade profissional. Contudo, segundo posso ver, o acesso a elas é quase proibitivo, quando consegue se ter acesso. Por este motivo, apenas vamos mencionar alguns nomes para que você possa tomar conhecimento:

1) Maimeri Pastelli Classico: Poucos sites falam sobre o produto. Apesar da empresa considerá-lo “fino” (grau estudante), alguns artistas o consideram com qualidade profissional (extra-fino). Tenho cá minhas dúvidas... A empresa é bastante idônea ao tratar de seus produtos, portanto não informaria que o produto tem uma qualidade de estudante, se tivesse ele qualidade profissional. Provavelmente manterei essas dúvidas. Se alguém tiver alguma experiência, por favor, entre em contato. O custo de uma caixa com 48 bastões no EUA é de US$ 26,00 (menos que o Mungyo).



2) Kama oil sticks: bastões a óleo da empresa canadense Kama Pigments, a um preço que varia de US$ 3,05 a US$ 12,75 cada bastão (!). Pelo que se pode notar, parece que são feitos à mão (a confirmar...).



3) Markal Artists Paintstik: apesar dos artistas considerarem pastel a óleo, os próprios fabricantes se referem aos bastões como outra espécie de mídia artística. Os preços variam em torno de 2,75 libras o bastão.



4) R&F Pigment Sticks: a empresa dos EUA os considera uma tinta a óleo um pouco mais rígida, se se pode dizer assim (). Uma tinta a óleo que não necessita de pincel para pintar. O custo de um bastão de 38 ml varia de US$ 10,20 a US$ 22,12. O custo de um bastão de 188 ml varia de US$ 34,36 a US$ 73,56 (!). É um luxo!



5) Shiva Artist's Paintstik Oil Colors: Tem as mesmas características do R&F Pigment Sticks (). Porém, os preços são mais em conta: de US$ 5,65 a US$ 10,91 o bastão... fabricada nos EUA.



6) Stevenson Oil Slicks: bastões canadenses. Parece ter as mesmas características que as mídias anteriores. Preço varia de US$ 7,00 a US$ 30,00 o bastão.

7) W&N Artists' Oilbar: a marca é extremamente conhecida no Brasil. Inclusive gosto muito da tinta a óleo que ela fabrica, bem como de sua tinta acrílica também. Mas em se tratando de pastéis, é desconsiderada pelos artistas. Apesar de que a empresa informa este produto não como pastel, mas tinta a óleo em barra. Preços a partir de US$ 11,00 a barra.


CONCLUSÃO

Que estas informações sirvam como guia no momento em que você for buscar materiais de primeira qualidade, no tocante a pastel a óleo. 

Deixo apenas informado que há diversas outras marcas artesanais em países da Europa, por exemplo, que não me deterei aqui. Este é um artigo para orientação, e não para terminar o assunto.

Indicamos outros sites (em inglês) para quem quiser ter mais informações sobre o assunto: 

1) Wetcanvas: Site de artes em geral. Precisa se cadastrar para ter acesso a todos os foruns.

2) Explore oil pastels with Robert Sloan: Site com muitos detalhes sobre as marcas acima (inclusive com resultados de utilização dos pastéis).

3) Pastel for beginners: algumas considerações na utilização de pastéis.



Se quiser compartilhar conosco sua experiência, por favor, será bem-vinda.


Abraços a todos!

terça-feira, 2 de agosto de 2016

ARISTÓTELES...

"O objetivo da arte é representar não a aparência externa das coisas, mas o seu significado interior."

sexta-feira, 15 de julho de 2016

TENTATIVA DE CARREIRA NAIF EM 1993

Em 1993, quando comecei a me dedicar profissionalmente à arte, busquei enveredar por um estilo naif, porque gostava dos naifs. Mas, carecia, talvez, de algo que os naifs devem conter para terem sucesso na sua carreira: expressar a beleza com simplicidade. 

Por algum motivo, olho para estes trabalhos abaixo e vejo neles algo de uma tensão que hoje não observo em mim. E a beleza parece dar lugar a uma alma meio atormentada. E a simplicidade se reveste de uma complexidade psicológica em alguns casos.

Contudo, ainda observo qualidades e defeitos no trabalho abaixo. Talvez essa sanha colorista exuberante que sempre tive, sem querer obedecer aos cânones estabelecidos, seja algo que ainda goste. Porém, enxergo a ausência de esmero técnico que pode ser desculpável num artista naif, mas não num falso naif.

Hoje me sinto mais maduro. Mas o início da aventura é muito caro a mim, já que este sou eu há mais de vinte anos.

Auto-Retrato
óleo s/ tela - 20/06/1993


Ponte de São Vicente num dia de chuva
óleo s/ tela - 20/06/1993


Penalty 
óleo s/ tela - 25/06/1993


Reinvenção das flores
óleo s/ tela - 01/07/1993


Angústia do goleiro na hora do penalty 
óleo s/ tela - 10/07/1993


Natureza morta
óleo s/ tela - 05/08/1993


Antes do banho
óleo s/ tela - 17/08/1993


Mulher com flores
óleo s/ tela - 18/08/1993


Banho
óleo s/ tela - 24/08/1993


Vaso de cerâmica c/ flores
óleo s/ tela - 25/08/1993


Vaso com flores
óleo s/ tela - 30/08/1993


O velho e o novo
óleo s/ tela - 10/09/1993


Paisagem silenciosa
óleo s/ tela - 16/09/1993


Mariana
óleo s/ tela - 29/09/1993


Natureza Morta
óleo s/ tela - 02/10/1993